terça-feira, 31 de março de 2009

Outro dia pensado... - Por João Ferreira Jr

...procuramos ter a certeza nas coisas para podermos a partir disso buscarmos outras certezas, mesmo os mais incrédulos, inconscientemente buscam certezas para seguir em busca de novas certezas, um ateu acredita, ou melhor, tem certeza que não acredita na existência do Messias. Os evangélicos acreditam na presença e em outro punhado de coisas que os imprimem um comportamento de vida baseado unicamente nessas crenças, que muitas vezes são crenças enxertadas por outros, uma manipulação, mas valem para os fieis que crêem no que lhes é dito e para os que dizem. Os estudiosos crêem, que com seqüências lógicas e provas obtidas através de seus testes, as coisas acontecem e se dão por si, e como comprovam os seus testes, os pensadores, pensam, e pensam mais um pouco e concluem que acreditam nas ligações que seus pensamentos constroem, e assim segue a crença que cada um constrói sua crença.
Eu acredito!
Foto: João Ferreira Jr

quarta-feira, 25 de março de 2009

Flor no mato - João Ferreira Jr

Foto: João Ferreira Jr

quarta-feira, 18 de março de 2009

Little Joy - in road


O Little Joy, projeto criado por Fabrizio Moretti, baterista do Strokes, e Rodrigo Amarante, cantor e guitarrista do Los Hermanos que também conta com Binki Shapiro, namorada de Moretti, foi feito em julho. O primeiro CD, homônimo à banda, foi lançado nos EUA em 4 de novembro. Em projetos paralelos depois da "separação por tempo indeterminado", os integrantes do Los Hermanos seguem em frente, Marcelo Camelo lançou seu primeiro CD solo, Sou, em setembro de 2008. O baterista Rodrigo Barba toca com a banda Canastra, e Bruno Medina, tecladista, acompanha a cantora Adriana Calcanhoto em turnês. O Los Hermanos não está mais na ativa, mas a produção musical de Rodrigo Amarante continua a todo vapor. O guitarrista, cantor e compositor já gravou com Devendra Banhart e faz parte do coletivo Orquestra Imperial.
O Strokes também fez uma pausa (First Impressions of Earth, terceiro e último disco da banda, saiu em 2006). Enquanto isso, o guitarrista Albert Hammond Jr. investe na carreira solo - seu segundo disco, ¿Cómo Te Llama?, foi lançado no mês de julho do ano passado.

Você escuta Little Joy e Strokes na coluna Play Now, aqui no "Ao ouvido"!



terça-feira, 17 de março de 2009

Privacidade num boteco do Leblon - João Ubaldo Ribeiro


– Cara, mas isso é nojento. Nojento mesmo.
– É, com certeza. Nojento é pouco.
– Está certo que o sujeito tenha vida pública e fique exposto, mas tudo tem limite. Esse cara passou muito dos limites.
– Que limites?
– Os limites da legalidade e da decência!
– Ah, sim, claro. Senador ou deputado?
– Que senador, não estou falando de nenhum senador.
– De que é então que você está falando? Negócio de limites da legalidade e da decência normalmente é com deputado ou senador.
– Você não estava prestando atenção no que eu falei.
– É, desculpe, de fato me distraí um bocadinho, estou ficando assim com a idade.
– Que coisa, cara, tu até falou “nojento mesmo”, concordou comigo.
– Ah, eu falei genericamente. É difícil hoje em dia o sujeito achar uma coisa que não seja nojenta, então eu vou logo concordando. Tudo aqui ficou nojento, concordar não tem perigo. Mas desculpe, em qual nojentismo você estava falando?
– Era nesse caso do delegado Protógenes.
– Um parêntese aqui, antes de você começar a me dizer o que há de nojento no caso dele. Você já notou como deram para aparecer uns nomes estranhíssimos, desde que o Lula assumiu? O sujeito chega a pensar que são extraterrestres. Mas é tudo muito contraditório. Esse mesmo não é nome de extraterrestre, tem o som do nome de um filósofo grego pouco manjado. Não sei por que, agora imaginei um filósofo grego chamado Protógenes. Que é que você acha? Protógenes, o gande filósofo grego pré-socrático, autor da teoria da cacogênese, segundo a qual o ser humano se origina do cocô dos deuses. Taí, esse cara, se não existiu, devia ter existido. Vamos brincar de fazer a biografia dele? Num dos seus fragmentos mais conhecidos, Protógenes, que era ateniense, afirma que Zeus comeu mocotó e aí surgiram os espartanos. Quanto aos…
– Para de esculhambar, cara, ninguém aqui leva nada a sério. É por isso que…
– O que é pra levar a sério, os grampos que ele fez? Onde é que você mora, cara? Pega o jornal ali na banca, que a gente em duas horas, no máximo, grampeia o telefone de quem quiser. Vê lá, tem um monte de detetives particulares. Todos eles grampeiam telefone numa boa, dizem que não, mas grampeiam. Portanto, é altamente democrático que os poderosos sejam também grampeados.
– Eu acho que não é com esses métodos que se faz justiça.
– Nisso você tem razão, não se faz mesmo. Você já viu alguma gravação levar alguém para a cadeia aqui? De cabeça assim não sei enumerar, mas já cansei de ouvir gravações e até filmagens de gente recebendo suborno em dinheiro vivo, gente transando droga pesada, acho que já vi e ouvi de tudo. Só não vi acontecer nada a quem foi flagrado. Então qual é a diferença?
– Ah, eu não penso assim. O direito à privacidade é sagrado.
– Deixa de ser bobo, cara, isso não existe. Pode ter existido, mas acabou há muito tempo. Cada dia acaba mais. Tem chip pra tudo, pra implantar, pra engolir, pra botar na roupa e assim por diante, você tendo conhecimento ou não. Não manjo muito telefone celular. mas com certeza já apareceram modelos que localizam o aparelho via satélite, ou qualquer coisa assim. Aí o cara atende o telefonema da mulher, diz que está na Avenida Rio Branco, mas ela vê que ele está num motel na Barra.
– Pois é, você já sentiu que estrago isso é?
– Que estrago? Uma mão lava a outra, meu filho, no fim tudo se equilibra. Ou você acha que interessa a todas as mulheres, ou mesmo à maioria, ter um celular assim? Quando o sujeito vai a um motel, vai com uma mulher, mulher essa… Deixa de ser besta, cara, no fim tudo se equilibra. Na verdade, você me fez desenvolver um raciocínio que eu acho perfeito. O grampeamento geral é um avanço da democracia, todo mundo sabendo dos podres de todo mundo. Vai ser, inclusive, um alívio geral. O deputado terá certeza de que todo mundo é testemunha de que ele é um ladrão descarado e então não precisará se desgastar, alegando pureza e inocência. Ele simplesmente dirá “sou, mas quem não é?” e a maioria vai ter de botar o rabo entre as pernas e calar a boca. Não, não, meu amigo, eu acho que, se o Protógenes fez o que dizem mesmo, está prestando um grande serviço à nação, vamos finalmente nos ver como realmente somos, grande Protógenes, encontrou a chave para compreendermos nossa identidade.
– Tu tá é de porre, cara.
– Um brinde ao Protógenes! Aos dois Protógenes! Cara, depois falam que o boteco não é um manancial de cultura e sabedoria. Esse cara devia ser canonizado, livrou um país inteiro da necessidade de ser hipócrita, São Protógenes do Grampo, o Grande Equalizador. Vamos saber agora por que, com um povo tão honesto, só os políticos são desonestos.
– Tu tá é delirando, cara.
– O mesmo disseram de Colombo e Pasteur, eu sei de que estou falando, pode ficar com seu moralismo obsoleto aí. Me diz uma coisa, o que é que tu acha que Tupã comeu antes de os brasileiros aparecerem?

Fonte:Jornal a Tarde, Caderno 2, de 15 de março de 2009.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Estudando a Bosa pelos olhos do Professor Tom Zé - 14 e 15/03 no TCA


O cantor e compositor Tom Zé é atração do projeto MPB Petrobras em 2009. Ele apresenta o show do seu novo CD "Estudando a Bossa – Nordeste Plaza" no projeto MPB Petrobras. Em "Estudando a Bossa" ele nos revela a mais original leitura deste momento artístico, a partir de uma ótica bem humorada, utilizando maneirismos e ironia. Além de fazer um apanhado histórico e contextual da época em que a bossa foi criada, ele evoca os grandes personagens e agentes do movimento, os temas favoritos dos compositores e os estudiosos e detratores do gênero. O show de abertura ficará a cargo do músico Mário Ulloa.
Fonte:http://www.bahiacultural.com.br/

Sobre Tom Zé e o album Estudando a Bossa:
"Verdadeiro QG da música inteligente e criativa brasileira atual. Nesta época em que as pessoas contemplam e praticam a Bossa Nova, quase como um refúgio espiritual saudosista de algo criado há 50 anos, pleno de melodias, graça, beleza, talento, descontração, otimismo, charme, refinamento, qualidade musical, provocação, autenticidade etc, etc, ele nos revela a mais original leitura daquele momento artístico, a partir de uma ótica bem humorada, verdadeira crônica de um passado inesquecível, com vistas para futuro."
Confira o som de Tom Zé aqui no Ao Pé do Ouvido, na coluna "Play Now"!




O Show de Abertura:
Mário Ulloa
Toca desde os 4 anos. Na Bahia está há 15 anos, atuando como professor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Como artista, faz apresentações constantes em Salvador, no Brasil e no mundo. Agora mesmo, por exemplo, acaba de retornar de um recital na Noruega. Em Salvador, iniciou a gravação do seu primeiro DVD, ainda sem título.
Iniciou-se ao violão aos quatro anos de idade. É formado pela Escuela de Artes Musicales de la Universidad de Costa Rica, sua terra natal. Em 1990 obteve o Konzertexamen na Musikhochschule Köln, Alemanha. Posteriormente também realizou estudos no Mozarteum, Salzburgo, Áustria.
Tem se apresentado em países como Inglaterra, Alemanha, Áustria, Holanda, Noruega, França, Bélgica, Canadá, Estados Unidos (Nova York e outras cidades), México, Panamá, Costa Rica, Equador, Argentina, Paraguai, e nas principais capitais brasileiras.
Obteve o Prêmio de Melhor Intérprete de Agustín Barrios, no Paraguai (1994), e o Prêmio Printemps de la Guitare, na Bélgica (1997).
Doutor em Música, atualmente é professor de violão na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.

Só com um curriculum desses para abrir um show de Tom Zé...


Local: Teatro Castro Alves - TCA

Período: 14/03/2009 à 15/03/2009

Valor: R$ 20,00

quarta-feira, 11 de março de 2009

Asa (Asha) - Música para ouvir



Cantora criada na Nigéria, de voz melodiosa, sua música possui batida cativante numa mistura de Jack Johnson e Lauryn Hill, no melhor sentido, para quem cresceu ouvindo Marvin Gaye, Bob Marley e Aretha Franklin não seria diferente, com dois álbuns lançados Asa vai cativando o mundo com seu som muito agradável ao ouvido e com um discurso politicamente correto, fala dos problemas do mundo, principalmente os da África, mas com solução, do amor e das coisas da vida.


O berço parisiense não lhe retirou a alma africana. Muito pelo contrário, deu-lhe força para divulgar os traços de uma cultura que também é sua, um voo pela melodia Soul e R&B, passando pelo reggae e pop. Um espírito livre na voz de Asa. Por Nádia Moraes - Africa Today

Confira algumas das músicas da Asa na coluna "Play Now", aqui no Blog!

segunda-feira, 9 de março de 2009

O Corvo e o jarro - Fabulas do Esopo


Um corvo, quase morto de sede, avistou um jarro.Esperançoso de encontrar água, voou direto até ele.Quando olhou dentro do fundo jarro, descobriu, para seu pesar,que continha tão pouca água que lhe seria impossível alcançá-la.Tentou tudo o que pôde para beber a pouca água, mas todos os seus esforços foram em vão. Por fim, juntou tantas pedrinhas quantas pode carregar e foi jogando-as, uma a uma, com o seu bico, dentro do jarro, até que a água chegou a uma altura em que pôde ser bebida.Assim salvou sua vida.

Esopo (fabulista grego, c.620 – c.560 a.C.)
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A necessidade é a mãe de todas as invenções. Inventar: Descobrir, criar (algo concreto ou abstracto,ainda não conhecido ou não concebido) ou descobrir(modo, maneira nova, original de se fazer alguma coisa); Descoberta ou criação (decorrente de estudo ou experimento)de alguma coisa (concreta ou abstracta), geralmente de utilidade social.Faculdade de criar, de conceber algo novo ou de pôr em prática, de executar uma ideia, uma concepção; criação.
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Então, diante as adversidades vamos ser criativos, vamos ser inventivo e assim descobrir como continuar superando os obstáculos e as intempéries na forma que elas se mostram!

João Ferreira Jr

terça-feira, 3 de março de 2009

Casa, Nevoa e Fios - João Ferreira Jr



Horizonte captado em meio a fios e a nevoa do amanhecer após uma noite de insônia carnavalesca.

Foto: João Ferreira JR